Autor: Adenáuer Novaes

Jesus Cristo é o nome utilizado por toda a  cristandade para designar o judeu que revolucionou a História e os costumes da Humanidade, dividindo-a em antes e após ele, por conta de uma encantadora e surpreendente mensagem cognominada de Evangelho.

Sim, é possível, num estudo particular sobre Jesus Cristo e visando uma melhor compreensão do significado de sua mensagem, dividir o nome, criando dois personagens distintos. Um foi o humano, nascido judeu; o outro foi fabricado pelo Inconsciente e pela projeção humana de algo pertencente ao seu mundo interior que necessita se realizar. O primeiro parece estar mais próximo de ser pessoa, e o segundo, que deu nome à religião, se configura como um ícone, distante e extremamente elevado para se tornar acessível ao ser humano comum.

Ambos são necessários para o desenvolvimento espiritual. O primeiro cumpre a função de se tornar um modelo imediato de realização pessoal. O segundo mostra-se útil para a projeção de aspectos inconscientes que necessitam ser integrados à Consciência. Confundi-los pode levar ao fascínio e à alienação de si mesmo, pois pode provocar um distanciamento da realização espiritual no mundo e do momento em que as experiências são vividas.

Ligar-se ao Cristo, esquecendo-se de Jesus, é o mesmo que procurar o sol para iluminar o caminho sem enxergar que tem luz própria. Abandonar Jesus em favor de Cristo tem o mesmo efeito de fixar-se no primeiro em detrimento do segundo, pois implica na exclusão de experiências importantes que só conseguem promover o desenvolvimento da personalidade quando são lastreadas psiquicamente por ambos.