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Reflexões sobre a naturalização da mediunidade

Dan Barros

Analisando a história da humanidade, a capacidade de comunicação entre Espíritos que estão em planos distintos é tão antiga e natural quanto se pode imaginar. Xamãs, curandeiros, chefes, videntes, adivinhos, diversos são os nomes que aparecem em diferentes comunidades, mas sempre estiveram presentes lá. Porém, por ocuparem posições sociais de “privilégio”, estas pessoas muitas vezes foram tratadas como seres “mais evoluídos”, “escolhidos” e “privilegiados”, sendo autorizados e capazes de estabelecer uma comunicação direta entre o plano material e o espiritual, colocando a mediunidade em um lugar sacralizado, divino, afastando-a do restante da população.
Em um tempo mais recente, uma parte majoritária da sociedade contemporânea foi educada dentro de preceitos e crenças que, de maneira incisiva, proíbe e ou repudia qualquer comportamento que demonstre a relação com Espíritos desencarnados. Por isso, apesar de ser uma faculdade inerente a todo Espírito, a comunicação mediúnica ainda é um paradigma para muitas pessoas, fato que pode estar relacionado a aspectos, como medo, insegurança, incredulidade, racionalização, entre outros. Diante disso, é razoável compreender o porquê de ainda ser tão difícil aceitar a mediunidade como ferramenta inerente ao ser, naturalizando-a no dia a dia.
A mediunidade é algo possível para todos, tanto quanto é próprio ao ser humano a capacidade de pensar, não estando restrita a apenas um grupo específico de pessoas. Sendo assim, reconhecer-se como Espírito é a primeira constatação que se precisa ter para lidar bem com a mediunidade, pois, se você é um espírito, o que lhe impede de entrar em contato com outro semelhante? Diariamente, ocorrem diversas comunicações entre você e outros Espíritos, o que muda é que alguns estão encarnados e outros não.
Recorrendo à literatura disponível, vastas referências sobre o assunto podem ser encontradas, como em O Livro dos Médiuns, capítulo XIV, que traz a afirmação: “esta faculdade é inerente ao homem e, por consequência, não é um privilégio exclusivo (…); pode-se, portanto, dizer que todo mundo, relativamente, é médium.” (KARDEC, 2018, p. 175).
Ampliando a visão e o conceito de mediunidade, Novaes (2017, p. 192) nos diz que “a mediunidade é a ligação entre o ser humano e a Vida, que transcende os limites do corpo e das contingências culturais”. Sendo assim, negar a mediunidade é negar a própria natureza humana, diante de algo que é necessário e importante para a autodescoberta e autotransformação do Espírito.
Em virtude de tantos fatores que corroboram para que, cada vez mais, haja naturalização da mediunidade, um caminho seguro para o desenvolvimento desta habilidade é o estudo. A busca pela compreensão de que “o espírito que sou” faz parte de um universo que vai além do corpo material possibilitará manter a comunicação direta com tudo e todos que estão ao redor, a fim de se obter aprendizagens outras.
Além do estudo, outro ponto importante é a prática. Praticar a mediunidade não é, apenas, participar de uma reunião de esclarecimento, atendendo Espíritos em desequilíbrio, é também perceber as inspirações que surgem no dia a dia. Por exemplo, solicitar aos Espíritos parceiros inspirações para lidar com situações no trabalho, na família, na escola ou faculdade, nos momentos de dificuldades e de alegrias. Busque meditar e estabelecer conexões com a espiritualidade amiga vibrando sua energia em frequências altas.
Por fim, não boicote a sua própria mediunidade por meio da racionalização. Não espere ouvir com os ouvidos do corpo físico ou ver com os olhos do corpo físico. A conexão com Espíritos desencarnados utilizará a sua mente como meio de comunicação e é por ela que você perceberá as mensagens que lhe chegarão.

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