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Opinião

O Chamado da Vida

   Rose Behrens

A Vida nos mostra caminhos e situações para podermos, ao longo de nossa caminhada, nos conhecer e dialogar em momentos diversos.
Dialogar com a Vida, nos momentos de alegria, de euforia, de felicidade, é por demais prazeroso e nos faz acreditar que tudo está dando certo, que estamos percorrendo um caminho de vitórias e conquistas. Isso é muito bom e por demais aplaudido por aqueles que se dizem “merecedores” de tudo isso. É um tanto acelerado, mas, em algum instante ou para outros, quase sempre, o diálogo vem em momentos de turbulência, de agonia, de tristeza, de dor e, porque não falar, também de doença. A doença é um convite à reflexão, provoca um pensar sobre suas potencialidades, como também, as inconsistências oriundas de um ego superlativo. De um lado, acreditando que é possível compreender as dificuldades, os males que afetam o corpo físico, como um processo natural de um ser biológico, não sendo um processo punitivo ou cármico. De outro, achando-se a fortaleza do mundo, capaz de não se abater diante das vicissitudes, pois, sendo o “todo poderoso”, nada me abaterá ou nada de mau deveria me acontecer. Pois é… o convite para dialogarmos com a Vida nos chega nos momentos mais inesperados. Acompanhado, ou não, de maturidade, de aceitação, mas esse convite chega. E agora? O que vamos fazer? É aquele velho dito popular, “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!”. Então, na trajetória do aprendizado com a própria Vida, vamos precisar realizar esse diálogo. Será necessário e, com certeza, transformador.
Dialogar com a Vida não é fácil, é uma troca constante de acertos e erros, ou, simplesmente, de equívocos. É o movimento que a Vida faz para que possamos sair do conformismo em busca de algo mais adiante, para que possamos observar que, em tudo, há Vida e, nesse tudo que observarmos, teremos diálogos diferentes. É fantástico!!!!
Dialogar com tudo que está ao nosso redor é uma tomada de consciência para a verdadeira Vida. É encontrar, dentro de nós, as respostas que buscamos, imaturamente, fora; é se conectar com o Divino, o Criador; é aproveitar tudo que essa existência tem a nos oferecer. Se pudermos respirar com os nossos próprios pulmões, que possamos fazer isso com respeito, sentindo a respiração, e não esperar que nos falte o ar; se pudermos enxergar, que possamos observar as cores, o belo, como também o não tão belo, e escolher o que queremos para nós. Ao viajarmos e nos sentarmos próximos a uma janela, observemos a paisagem, contemplando-a, admirando cada detalhe, e, quem sabe, ela nos sirva de inspiração para uma bela pintura. Se pudermos sentir o cheiro das coisas, que possamos apreciar e usufruir de cada aroma exalado, e, mesmo de olhos fechados, identificar o perfume, dialogando com tudo ao nosso redor, valorizando a nossa existência.
Dialogar com a Vida é sentir Deus em tudo: na natureza, nos animais, no ser humano, naquele outro que entendemos ser a pessoa mais difícil de nos relacionarmos. Nesse sentido, o diálogo com a Vida pode nos ajudar a refletir se, talvez, a pessoa mais difícil na relação não somos nós mesmos. Que possamos, com esse diálogo, entender que a oportunidade que nos é dada também pertence ao outro e, dessa forma, poder enxergar a todos como Espíritos em aprendizado que somos. As oportunidades são inúmeras, a diferença está no caminho que cada um escolhe percorrer.
Dialogar com a Vida é reconhecer as nossas vitórias e fracassos e ir sempre em busca do autoconhecimento, evoluindo, crescendo espiritualmente, para que, ao escutarmos o chamado desse diálogo com a Vida, possamos estar inteiros, dispostos a nos tornarmos pessoas cada vez melhores.
A responsabilidade é toda nossa!!

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