Lidiane Cerqueira
Conversando com uma amiga do trabalho, abordamos um tema que, a princípio, pode parecer simples, entretanto, se revelou complexo: o que seria “o amor”. Para mim, pode ser o cuidado que tenho com o meu filho; para a minha mãe, pode ser a atenção que a família tem com seus idosos. Notei que, em minha família, a definição do que seria amor se manifesta no âmbito do “cuidar”.
Aquela minha colega teve muita dificuldade em atribuir um significado para tão nobre sentimento. Numa tentativa de ajudá-la, perguntei se ela considerava, assim como eu, que o amor estaria no seu cuidado com os filhos. Ela disse que não. Perguntei se estaria na relação com seu parceiro. Mais uma negativa. Perguntei, por fim, se alguma vez na vida ela tinha se sentido amada. Refletiu um pouco mais e respondeu, desolada, que nunca havia se sentido amada, nem por si mesma.
Esse diálogo fomentou, em mim, a curiosidade de saber como outras pessoas conceberiam a natureza do que seria o amor.
Para um amigo, amar significa estar em um relacionamento amoroso: sua esposa atual é o objeto máximo de sua expressão. O desejo de estar junto, a atração sexual e o afeto são fatores importantes. Ele contou que precisa se sentir amado e desejado, saber que a esposa faz tudo por ele. Nesse casamento, a base seria o chamado “amor eros”, em suas palavras.
Outra amiga afirmou não ter certeza de como definiria o amor. Um outro amigo, contudo, definiu o que é desamor: seria qualquer atitude de falta de consideração, negligência, preterimento. Lembrou-se de um fato, quando enviou mensagem para um namorado, num sábado à noite, e este só́ respondeu na segunda de manhã̃. O sujeito cometera um pecado mortal, um ato de anti amor, que só́ poderia significar o fim, o que de fato ocorreu.
Uma senhora, voluntária numa ação social, pontuou que o amor consiste em reconhecer e legitimar a dor do outro. Amar é ter compaixão pelo sofrimento alheio e fazer de tudo que estiver ao alcance para minorá-lo.
Nessa minha enquete informal, algumas questões vieram a minha mente: por que será́ que muito se fala sobre “amor” (em filmes, em livros, em músicas, no dia a dia) e por que alguns têm facilidade em conceituar o que é, enquanto outros se atrapalham? Quem está́ certo? Precisamos definir tudo, conceituar tudo, pensar sobre tudo?
Penso que aceitamos um significado simplista para um termo repleto de nuances e camadas, sem necessariamente termos parado para pensar sobre como o concebemos, vivemos e sentimos. Ainda não modifiquei minha visão sobre o amor, mas já identifiquei que a mesma não serve mais para o meu crescimento pessoal. É insatisfatório o conceito de que amar é “cuidar”. Sigo meditando sobre isso.
Uma vez, talvez inspirada por algum poeta, escrevi as seguintes linhas, que resgatei para ilustrar esse artigo:
O amor não é dor nem prazer.
É simplesmente o Ser, que se dá,
que se permite doar um pouco de si,
que tem algo a oferecer para quem precisar.
Sem nada esperar, sem cobrar, sem saber se será́ correspondido.
Quem espera uma troca, não entendeu o que é amar.
Quem espera uma resposta, só́ pode se equivocar…
Amar, meus amigos, é muito mais que se apaixonar!
É muito além de cuidar, é dar o que extrapola em si.
É compartilhar essa luz
que só́ o saber quem se é produz,
e que nunca tem fim.
E você̂? Já pensou sobre como você̂ define, vivencia, sente e compartilha o amor?
Adorei!! O amor tem tantas facetas quanto espíritos no infinito, ele muda de sentido pra cada um, pra mim como pra você é o cuidar, mas em silêncio sem ninguém notar, é estar ali, quase que de tocaia, no momento em que a necessidade se fizer necessária!
Olá! Grata pelo seu comentário.