Mário lago
Gostaria de dividir uma perspectiva de análise do que podemos considerar o planejamento de uma próxima encarnação, trazendo um olhar mais focado no “aqui e agora”, portanto um viés um tanto quanto paradoxal. Partindo da premissa de que é difícil prever o futuro, principalmente, ao considerarmos as mudanças exponenciais, que já vimos vivenciando nas últimas décadas, acentuadas cada vez mais pelos avanços das ciências e da tecnologia e o impacto destas nas pessoas e, consequentemente, nas sociedades a nível global, podemos concordar que o cenário que nos espera numa próxima encarnação é algo realmente cada vez mais imprevisível. Então, sugiro voltarmos o olhar para avançarmos numa direção a qual assegure a evolução do Espírito seja o que for que o futuro nos reserve.
Desta forma, convido-os a planejar a próxima encarnação hoje mesmo, mas não apenas com o olhar do personagem ou mesmo do Espírito, e sim um passo mais à frente … “Vivendo como Espírito”. Para alguns, essa frase talvez traga à mente uma ideia de algo sobrenatural, para outros a ideia de algo angelical associado à perfeição ou até mesmo a condutas morais entendidas como corretas. Para pessoas vinculadas à seara espírita, a ideia de viver como espírito remete ao ambiente físico das casas espíritas, onde muitos, de forma reducionista, acham que viver como espírito é participar de uma sessão mediúnica, de uma sessão de desobsessão, de um passe, de uma visualização terapêutica ou curativa ou, mesmo nos seus lares, da prática do evangelho no lar ou simplesmente da oração.
Mas viver como espírito é algo simples, e não existem fórmulas mágicas ou um interruptor para acionar tal conexão, pois basta que o personagem esteja atento a perceber o espiritual no dia a dia, em seu cotidiano, seja no shopping fazendo compras ou em um estádio de futebol assistindo a uma partida do seu time.
O primeiro passo para se viver como espírito é perceber-se Espírito … algo maravilhoso. Contudo, perceber-se espírito é o primeiro passo. Apesar de fundamental, podemos considerá-lo como a ponta do iceberg, pois o grande desafio para viver como espírito é trazer essa consciência da imortalidade para o dia a dia do personagem. É o convite que o viver como espírito traz na dimensão familiar para que, além do desempenho dos papéis inerentes à vida em família, se possa ir mais longe ao enxergar ali outros espíritos, que, nesta vida, são seus pais, filhos e tios, mas em processos de evolução iguais ao seu.
Viver como espírito é a oportunidade de enxergar no trabalho não apenas o ganho do seu sustento, o reconhecimento e a ascensão profissionais, mas é poder perceber que aquele trabalho pode ter um sentido muito mais amplo e não ser o fim, mas um meio para algo efetivamente muito maior e que represente seu verdadeiro propósito. Viver como espírito é poder, na relação com a sociedade, não enxergar apenas normas, leis, direitos e deveres, mas entender que se é parte atuante das mudanças e da evolução desta sociedade que irá lhe acolher numa próxima encarnação.
Logo, esse jogo não é para ser assistido da arquibancada. É-se convidado para entrar em campo, sair da zona de conforto, desafiando-se e agindo com autodeterminação para se viver verdadeiramente como espírito. Mas, viver como espírito não é de forma alguma dissociar-se da vida do personagem, pois personagem e espírito são dois lados de uma mesma moeda que precisam caminhar juntos de mãos dadas, numa mesma direção, pois, desta forma, conseguem ir mais longe, nesta janela de oportunidade que é a encarnação e, consequentemente, nas próximas. E, nos momentos, quando o personagem eventualmente perder o rumo, é possível utilizar da bússola que este traz em seu peito … o “coração”, pois a amalgama que une o personagem ao espírito é indiscutivelmente o amor.
Então, sendo o planejamento o projeto de um futuro que se deseja alcançar, aprender a viver como Espírito não é a forma de começar a realizar esse futuro hoje mesmo? Assim sendo, a pergunta mais apropriada passa a ser “Qual o meu verdadeiro propósito”, ao invés de “Como será meu futuro?”
É muito importante lembrar que somos espíritos e aprender viver como um; muitas vezes esquecemos disso e por isso tememos.
A reencarnação é uma forma mais rápida de corrigir algumas coisas ou mazelas que ainda estão em nós ,poder crescer espiritual e moralmente.