Autor: Robyson Uzeda
Séculos antes de Cristo, o poeta romano Juvenal em sua “Sátira X” escreve “orandum est ut sit mens sana in corpore sano”, ou seja, em “oração deve-se pedir uma mente sã num corpo são”. Claro está a sua preocupação com a interação saudável entre um e outro.
Todavia, na Grécia antiga, Platão, embora afirmando haver uma distinção entre Mente (Alma) e Corpo (soma), entendia o corpo como um veículo para alma. Contudo, o via negativamente, já que ele levava o homem a produzir o ódio, a vingança, a busca de prazeres e riqueza, portanto ao que era mais vil; isto, no seu conceito, era um grande limitador para alma encontrar a sua paz verdadeira e alcançar o conhecimento.
Essa visão platônica, distancia-se do que é preconizado pelo Espiritismo, que nos ensina que ao corpo é dado os equipamentos que o Espírito se utilizará para o aperfeiçoamento nas aquisições de competências apreendidas, quando das experiências encarnatórias. Não é o corpo que produz à mente, e por extensão ao Espírito, as mais torpes imperfeições.
Inicio com estas considerações para dizer que não há como negligenciar o corpo em prol do Espírito, e muito menos esquecer do Espírito e cultuar o corpo.
Relembro a pergunta 718 do Livro dos Espíritos – A lei de conservação obriga o homem a prover às necessidades do corpo? E os espíritos respondem: “Sim, porque, sem força e saúde, impossível é o trabalho”. Nesta resposta já podemos observar uma condição básica a fim de cuidar do corpo. O trabalho é fonte de progresso para o Espírito; e assim, através do corpo, o Espírito pode exercer suas tendências, suas potencialidades e acrescentar novas competências, contribuindo para sua evolução.
Há muito se conhecem as vantagens advindas do exercício físico, de uma boa alimentação, de cuidados de higiene. Hipocrátes em “Aforismos” referia-se aos benefícios da prática de atividade física. Não faltam trabalhos que demonstram os bens auferidos ao ser humana quando da prática de uma vida saudável. Por extensão, tal proveito é alcançado pelo Espírito.
Para que atue de forma plena e galgue os seus intentos de progresso, é necessária uma ferramenta adequada ao trabalho. Um engenheiro não construirá um prédio sólido se o material que dispõe for de má qualidade. Um cirurgião não conseguirá realizar uma boa cirurgia sem um instrumental adequado. Assim o é também para o Espírito. Para exercer sua encarnação, embora não seja uma condição “sine qua non”, ter um corpo saudável ajuda no seu intento.
A ciência, com o seu progresso, vem contribuindo e muito, facultando ao Espírito novas oportunidades e possibilidades de viver experiências encarnatórias mais longas.
Amar o corpo orgânico, portanto, é preservá-lo em benefício do Espírito
Entendo que há de se cuidar do corpo ( veículo necessário para o progresso do espirito). Mas como tudo depende do conhecimento pessoal, há também a necessidade de instrução, disciplina e busca para nosso aprimoramento fisíco e espiritual. Precisamos tomar consciência do nosso dever pessoal e coletivo para trabalhar a transformação. Temos varias possibilidades. contribuições e a presente encarnação. E muitas vezes nos falta a vontade, o querer e a determinação. Sair da zona de conforto e seguir os exemplos deixados pelo Mestre Jesus.