Autor: Fernando Santos
Estamos no século da interconectividade, da globalização, onde a informação está à disposição de um clique, estar conectado é o que conta, as redes sociais ditam modas e comportamentos, tudo é para ontem, “em um minuto, você tem que dar o seu recado”. O mundo está à disposição de todos numa pequena tela de celular, as pessoas acessam quase tudo em alguns cliques, e como auxiliar a acessar o senso de auto responsabilidade, de compromisso social e ambiental, de implicar-se enquanto agente transformador da sociedade em que vivemos, esta sociedade cada vez mais globalizada, tão próxima nas telinhas dos smartphones e tão distantes enquanto pessoas umas das outras? Sim, estamos no século em que os ansiolíticos e antidepressivos são cada vez mais utilizados, onde o uso de substâncias psicoativas se alastra de forma absurda entre os jovens, a fuga da realidade tem sido a tônica desse momento.
Todos nós, enquanto pais e educadores, temos uma grande responsabilidade em despertar na juventude a lente pela qual o mundo deve ser visto como uma grande oportunidade de aprendizado, um desafio, uma dádiva, levando o ser a se tornar alguém melhor a cada dia. Sim, nos cabe trazer a consciência do encontro do sentido para a vida, cultivando a liberdade com responsabilidade. Nessa tarefa de auxílio aos jovens, a fórmula é simples e fácil, com algumas regras básicas.
Educar educando-se a construir relações mais valorosas, vendo a si e ao outro como pessoa e não como objeto, respeitando o sentimento dos outros, desenvolvendo a empatia, o perdão, afinal uma sociedade melhor é composta por pessoas melhores, então comecemos por nós.
Não aponte para essa nova geração como se você não fosse responsável por ela, afinal essa não é uma geração de proveta, ela advém de alguém, eu, você, nós, o que está posto hoje na sociedade espelha nossos erros e acertos. Ao cobrar dos jovens, tornar-se exemplo, não ser mais um a dizer “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, pois responsabilidade é tudo. O espírito é imortal e retorna em múltiplas reencarnações herdando então o que deixou, ou seja, somos herdeiros de nós mesmos, por isso o convite é plantar para colher.
A avalanche de informações disponíveis nas mídias digitais nos traz a responsabilidade de aprender e ensinar a seleciona-las, de não as repassar sem a devida confirmação de veracidade, de pesar o impacto daquilo que veiculamos com os nossos contatos. Neste mundo tão fluido e rápido, refletir antes de agir é crucial para não se tornar um “fake” de si mesmo.
Demonstrar que querer é poder, mas para isso tem um preço, assumir o sacrifício de dar o melhor de si, de ser autodeterminado e perseverante, de não estar em busca de salvação, mas sim de ampliação da consciência frente aos fatos, a vida. A zona de conforto de se colocar como cobrador dos outros nos deixa presos onde estamos, tendo os outros como desculpa para não ir mais além, para não fazer a parte que nos cabe.
Para o espírito no século 21 a imortalidade da alma é real, estão aí os trabalhos de Ian Stevenson, a reencarnação é um fato. Espíritos se comunicam francamente através de médiuns e relatam suas histórias enquanto encarnados e desencarnados nas múltiplas dimensões espirituais. A psicologia transpessoal traz elementos de vidas passadas como constituintes da problemática do ser. A física se aprofunda rompendo os horizontes da matéria, linguagem binária (sim, não) é coisa do passado, a linguagem quântica (sim, não e todas as múltiplas possibilidades de sobreposições de sim e não) nos bate à porta. Assim, torna-se mandatório educar atuando para além do determinismo, vendo mais que apenas duas possibilidades, certo ou errado, a vida tem múltiplos caminhos, acreditar nessa nova geração semeando nela a crença, a fé em si mesmo enquanto espírito autodeterminado, sendo capaz de escrever o próprio futuro no aqui e agora, integrando habilidades, aptidões a cada desafio que encontrar na vida, aprendendo a superar-se.
Contudo já nos dizia Saint-Exupéry “o essencial é invisível ao olhos e perceptível apenas ao coração”, por isso sentir é viver, e só se sente vivendo, arriscando-se, é preciso ensinar atuando no doar-se às relações interpessoais com a alma, ir para além do “ter” e viver o “ser”, começando por adotar nossos filhos como nossos filhos e dar o devido valor ao contato humano, ao carinho, ao respeito de um para com o outro, de ensinar e atuar entendendo que nossos direitos terminam de forma contígua, onde também começam os nossos deveres. Somos todos filhos de Deus, portanto pais, cônjuges, familiares, amigos, inimigos… ninguém é desculpa para não irmos além na conquista da paz interior, todos são desafios com os quais, e nos quais, aprendemos a valorizar a vida e o multiverso que ela nos proporciona, levando-nos a progredir sempre.
Reconhecer que o personagem é do século 21, mas o Espírito é da infinitude e impermanência, pois somos imortais e tudo está em contínua mudança, inclusive nós, assim tudo passa. Atuar se desafiando, indo para além das normas após tê-las abraçado e integrado, esse é o convite para o Espírito do século 21. Ninguém está aqui de passagem, você constrói essa história, qual é a história que você está construindo? Sim, temos que ensinar o senso de autocrítica, isso é necessário.