Autor: Isabel Guimarães

Estamos vivendo um momento de grandes desafios para o Espírito imortal, uma nova etapa, da longa história da trajetória humana se desenrola e as criaturas se debatem em graves conflitos internos e externos, em busca de respostas aos anseios individuais e coletivos. Toda transição é marcada pelo medo do novo, antigos paradigmas são derrubados e, como um castelo de cartas, as bases de sustentação das verdades e certezas começam a ruir, sem que se possa controlar tal fenômeno.

Esse fenômeno faz parte das leis de Deus, desconstrução para nova construção. Assim, vivendo sucessivas experiências, o Espírito vai ampliando a consciência de quem realmente é, em um desdobramento das Leis Divinas, conforme esclarecem os Espíritos na questão 621 de O Livro dos Espíritos: – Onde está escrita a lei de Deus?  “Na consciência.” O ser despertando para sua condição de Espírito imortal torna-se responsável por suas escolhas, co-criador de si mesmo e senhor do seu destino.

Ter consciência da imortalidade é conquista fundamental na jornada do Espírito pelas sucessivas encarnações. Essa compreensão deve mudar completamente a visão de mundo de quem a conquista. Um olhar espiritual sobre os acontecimentos e a complexidade da vida com sua intricada rede de relações, significa aprofundar e ampliar o olhar, não aceitando o simplismo e o reducionismo que aprisionam na miséria, autodestruição, medo, fracasso e insegurança, que causam doenças e dores, violência e guerra, luta pelo poder, impotência, crueldade e degradação humana.

É preciso perceber-se para além da estreita janela que o personagem dessa encarnação lhe revela, apropriando-se do seu lugar na criação, consciente da sua pequenez e da sua grandeza. Pequenez por ser um ponto na grande teia da vida e grandeza por ser ponto fundamental ao equilíbrio dessa rede.

Importante também é superar a visão dual do mundo, compreendendo que nossa capacidade de percepção da realidade passa pela estreita janela do ego e é, portanto, um recorte possível de algo muito maior que nós. Imagine-se em uma sala com infinitas janelas, nas quais cada pessoa observa a paisagem lá fora, de uma das janelas. Dessa forma, cada um vai explicar a realidade a partir do que vê; logo, todos estarão certos e todos estarão errados ao tentarem explicar essa realidade. Nenhum Espírito encarnado na Terra consegue perceber o mistério da criação em sua inteireza.

Devemos percorrer o máximo de janelas possível, devemos ouvir e observar o que os outros estão vendo, assim nossa capacidade de compreensão se amplia, e podemos nos colocar a serviço do Criador como artífices da nossa própria realidade.

Estar no controle da sua imortalidade é estar cotidianamente autoconsciente de ser Espírito de Deus. É buscar no seu dia a dia:

• Viver as mais diversas experiências que a vida lhe proporcionar
• Compreender profundamente suas próprias emoções e sentimentos
• Ter autodomínio em momentos de estresse
• Assertividade e autorresponsabilidade nas escolhas
• Assumir seus erros com tranquilidade
• Perdoar conscientemente a si mesmo e aos outros
• Buscar a autorrealização
• Libertar-se da culpa e do medo
• Ter constância e amorosidade na auto-observação