Autor: Mário Lago Júnior
Caro leitor, gostaria de pedir licença para fazer uma abordagem do contexto do enunciado deste artigo de forma um tanto quanto lúdica. Procurarei trazer uma leitura na perspectiva do Espírito, frente ao personagem que quer morrer, não em decorrência de algum sofrimento físico ou psicológico, mas, por simplesmente, entender que já realizou tudo que poderia almejar nesta existência e, portanto, a vida deixou de ter sentido para ele.
Querido Personagem, seguimos um mesmo destino, por vezes em direções e caminhos diferentes. É fato que seu tempo de existência é limitado pela finitude do corpo físico. Afinal de contas, cada dia que passa é um dia a menos na sua existência. Já, para mim imortal que sou, as areias do tempo nunca irão preencher a ampulheta do meu existir. Mas, isso não quer dizer que você é uma ferramenta ou um mero fantoche que direciono para o alcance dos meus objetivos, pois são suas escolhas que preenchem as páginas do livro com minha história.
Portanto, quanto mais você enxergar o seu viver através das minhas lentes, mais alinharemos os nossos propósitos, cujas escolhas, no aqui e agora, ecoarão no processo evolutivo, pois suas ações, que verdadeiramente mereçam ser eternizadas, resultarão em habilidades a mim integradas, fazendo com que você viva para sempre em mim. Você é parte do meu processo de aprendizado. Afinal, o que você aprende, vive e experencia fará parte do todo, que nos integra.
Quanto mais você enfrentar o paradigma materialista, harmonizando matéria e espírito, mais próximo estaremos. E essa fusão é cada vez mais intensa, a cada passo que você sente mais intimamente o verdadeiro amor, pois essa é amalgama que nos une.
E, ao nos alinharmos, Personagem e Espírito, conseguimos atravessar um portal que nos leva a experenciar desses momentos eternos, que entrelaçam em mim todas as memórias de ti e dos outros personagens que já vivi.
O legado desta encarnação é construído por você e seguirá comigo que o trilhei, passo a passo, ao seu lado. Mas, esse legado não é exclusivamente meu, assim como em mim, ele será perpetuado pelas pessoas que cruzam seu caminho e para as quais você é e será um exemplo a ser seguido.
Entenda que a responsabilidade pelo seu “destino” não deve ser depositada nas mãos do divino, e que não se deve aprisionar nas correntes das culpas e dos medos, pois você está aqui para ousar e experenciar a vida, mas com responsabilidade e não de forma pueril.
Portanto, meu amigo Personagem, procure enxergar a vida com o olhar da imortalidade, essa janela de oportunidade divina, que em hipótese alguma deve ser desperdiçada. Certamente, enxergar a vida com os óculos do Espírito Imortal é um primeiro “bater de asas”. Contudo, trata-se da “ponta do iceberg”, pois, ao voar como aquela borboleta que se transformou de uma lagarta presa ao mundo material, rastejando nos caminhos do “ter”, pode-se agora voar e vislumbrar a vida sob a perspectiva infinita do “ser”, tendo a certeza que é possível ir mais longe.
Empodere-se, afinal você é muito mais que imagina ser!