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Amor: uma atitude frente a vida

Jane Santana 

 

Tratar do tema amor, elaborar conceitos e recomendações acerca desse mister humano é, por demais, tarefa de difícil execução, posto que apenas fazendo brotar em nós esta semente – que não contém só emoção – é que se dá de nos envolvermos nesta gestação de sentimentos, atitudes e ações que perseveram na implementação desta forma de ser. Somos mais sensíveis à proporção que tomamos consciência de nossas emoções e avançamos na supremacia do sentir, ante o edifício mental de que somos dotados.

Amor-semente: eis um modo belo de ver a amorosidade como um processo de descoberta e desvendamento da Vida, de entrosamento com o que constitui o Espírito e os devaneios que advêm dos processos de encontros e desencontros. A Vida – este pêndulo sagrado – se desvela àqueles que a procuram no intuito de reivindicar lhe progenitura e de integrar-se à sua divina prole.

O Amor é o Projeto Maior da Existência, por isso devemos dar-lhe significação, adereço, substância – abordar e amar o outro, mas também (como) a si mesmo. Conjuga-se o amor a partir de seu próprio eu, a partir de suas prédicas e singularidades, de seus esforços em compreender a função do existir. Assim como a paz só se realiza quando pacificamos o plural que somos, verdadeira é a prédica acerca da amorosidade: símbolo de uma objetividade multiversa, assinala também, no decurso da vida, o existir de uma subjetividade transversa, o viver como um confluir para o desabrochamento, encerrando em nós o(s) ciclo(s) do desamparo – cuidar de si é aquecer a incubadora do outro.

É aqui e agora onde moram os momentos e as circunstâncias por meio dos quais se ama. Lembremo-nos: “O balde só se enche de água se desce ao fundo do poço” (Rumi). O amor, carne que reveste os ossos da existência, requer renúncias e conquistas, flexões verbais e “musculatura” moral para espiritualizar-se. O mundo, fornalha de expiações e de conquistas, exige de nós variedade de razões, emoções e sentimentos.

Sonhar o sonho conjunto da existência, macerar o tempo, na busca de encontrar, no seio de si, a missão de distribuir amores – eis o que nos faz “completos”. Espontâneas, as vindas à Terra, precisam vingar para que se execute o Projeto Divino e para que se dê, à humanidade, a oportunidade de embeber-se do éter da caridade. Nada há que obste este progresso. O Amor é o exercício de si, no seio da sociedade.

Existir é ter aceitado a missão de Ser, no Universo, aquele que se busca. Encontrar-se é celebrar o Viver, na órbita do Espírito, fazendo-se capaz de executar o desenvolvimento do amor como fonte de equilíbrio, não como tema de simpósios e colóquios. Solilóquios… estes, sim, franqueiam à existência, facilitando a vida!

Falar ou fazer missivas acerca do amor não lhe concede realidade: o amor – que na Universidade Livre do Espírito (ULE) traduzimos como gesto de compreensão e solidariedade, como mote para a obtenção de autoconsciência e autodeterminação – é a única carga preciosa que carregam os nossos corações afoitos, aflitos ou ansiosos. Carga única que é, findará por derramar-se: eis aí, na essência e excelência que somos, o solo que o fará brotar!

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