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Dicas da Revista

Amor ao próximo e amor a si mesmo

Sheldon Menezes 

Em nossas primeiras encarnações como seres humanos, seguimos apenas os instintos, somos só emoções, reagimos aos estímulos externos, algo puramente fisiológico. Com o tempo, passamos a elaborar melhor o que ocorre conosco, realizamos construções mentais mais complexas. São os sentimentos que surgem desse processo e vão se ampliando continuamente à medida que aumentamos a capacidade de compreender a vida e o viver.
Entre os sentimentos, certamente o amor é o maior deles: uma força universal, capaz de transformar vidas e construir relações entre as pessoas. E quando falamos desse sentimento tão poderoso, o amor a si mesmo e o amor ao próximo se tornam as bases para que alcancemos a excelência do amor.
Amar a si mesmo não é um ato de egoísmo, mas um cuidado consigo próprio, gerado pelo conhecimento e a compreensão de quem se é, sem máscaras ou subterfúgios, pela satisfação de perceber onde se encontra no próprio processo evolutivo e onde quer chegar, por reconhecer-se um espírito imortal, que atravessa encarnações nesse aprendizado contínuo de aquisições de capacidades, competências e habilidades e por perceber a importância do outro nesse crescimento. Somente assim se pode construir o amor a si próprio.

A partir do autoconhecimento, surge, quase que de imediato, um convite íntimo para a autotransformação. Ampliamos o amor e tudo mais em nossas vidas. Compreendemos que amar é o que nos impulsiona a experienciar a vida em sua plenitude e sua manifestação está nas relações que estabelecemos nas trocas diárias com o próximo. Então nos damos conta de que o amor cresce ao infinito, num contínuo inesgotável, pelo ato de amar.
Para amar o próximo, precisamos, antes de tudo, compreender que somos espíritos distintos, com sentimentos, pensamentos e ações distintos, fruto de incontáveis experiências em inúmeras encarnações. De forma equivocada, muitas vezes, tomamos nossos padrões de pensar e agir como um padrão universal, que deve reger a vida da humanidade. Quando isso ocorre, estigmatizamos todos aqueles que divergem desse padrão como pessoas erradas, oponentes, inimigas, sem nos darmos conta de que são apenas diferentes.
Ao compreendermos a importância do amor para nós mesmos, devemos procurar entender e respeitar o outro e sua história, colocar-nos no lugar do outro, estabelecendo empatia, compaixão e solidariedade, e a certeza de que somos os maiores beneficiários ao colocarmos o amor a serviço de alguém, numa construção contínua de um ser humano melhor, de um espírito mais evoluído e de uma sociedade mais harmônica e pacífica, da qual fazemos parte e temos responsabilidade.
Quem ama a si mesmo de forma saudável não age por vaidade ou superioridade, muito menos espera algo em troca, mas atua com segurança e respeito às próprias limitações. E essa segurança permite abrir o coração para o outro sem medo de rejeição ou frustração, porque não condiciona o amor que se dá à aprovação externa, mas age pela vontade de contribuir para um mundo melhor.
Quando nos dispomos a amar, agregamos vários outros valores, pois se trata também de cultivarmos a paciência, a tolerância, valorizando as conexões humanas em todas as suas formas.
De todo esse esforço transformador, também nos envolvemos numa paz interior importante e construída no dia a dia pela certeza de fazer o bem dentro de nós mesmos. São sentimentos que surgem, trazendo a satisfação pela conquista de valores inalienáveis da vida. Capacitamo-nos para novas e mais amplas experiências, desafios mais complexos que revelam o espírito que nos tornamos.
Por isso a importância de descobrirmos, o mais rapidamente possível, o valor de amar ao próximo, como uma extensão do amor que temos a nós mesmos, e, assim, aproveitarmos ao máximo as oportunidades que se abrem para nós, seja em família, com amigos, com colegas ou com aqueles desconhecidos que reconhecemos necessitados do amor e seus maravilhosos frutos.

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