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Mente & Espírito

A fantástica potência do Espírito

Jeiza Cruzoé

O que a “continuidade do Eu” significa para você, caro leitor?
Por acaso, esta ideia leva você a acreditar numa vida para além da sua encarnação?
Se for isso, você não está errado. Sim. O EU continua, e você é imortal! E qual a implicação disso em sua vida prática?
Venha comigo. Vamos pedir licença à “querida Alice” (do conto Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll) para que o mergulho na toca do coelho, onde ela é transportada para um mundo fantástico, possa ser visto aqui, neste texto, como sua saída da encarnação e sua chegada à dimensão espiritual. Uso essa imagem pois vejo que muitos pensam, ou já pensaram, que a vida verdadeira é a vida na dimensão espiritual, algo mágico e transformador que acontece após o desencarne. Isso é mais comum do que você pensa. Basta ver a notícia da passagem de alguém, para logo se ouvir todos os elogios e reconhecimento das virtudes que nunca foram ditas enquanto a pessoa estava por aqui, encarnada.
Mas, o que desencarna? Quando vamos à Kardec, encontramos, já no capítulo primeiro de O Livro dos Médiuns, uma fundamentação sobre a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma. Ora, sabe-se que o Espírito preserva a sua individualidade ao manifestar a “consciência de si mesmo, uma vez que se lhe atribui alegria ou sofrimento”. Nas manifestações de Espíritos desencarnados, temos conteúdos de cunho emocional, advindos das suas experiências, impulsos e desejos – tal como toda pessoa encarnada. Portanto, há a continuação do que se é, independentemente da mudança de condição (encarnado ou desencarnado) ou da mudança de dimensão.
Compreender a continuidade deste campo não material, onde consta a identidade de uma pessoa, a manifestação de sua essência, a que chamamos de EU, aciona um espaço psíquico importante, direcionado para a autoafirmação do que se é e para a busca do significado da Vida. Os horizontes existenciais se ampliam e o desejo soberano conduz ao alcance das metas superiores.
Observe a trilha: o Espírito anseia sair da ignorância e alçar seu voo, tornando-se quem se é e realizando-se em sua Designação Pessoal, ou seja, atendendo ao propósito da própria existência.
Quando você se sabe Espírito (e não apenas “acredita” que é), compreende a continuidade do Eu, e já não espera o “mundo mágico de Alice”, a vida na dimensão espiritual, para buscar a razão de sua existência, o para quê você foi criado. Emerge o impulso para conhecer-se, organizar o psiquismo e transformar-se, realizando-se em seus propósitos existenciais. Isso tudo requer um descolar-se da mentalidade coletiva e manter o foco nos anseios do Espírito.
Vivendo como Espírito – logo, percebendo a continuidade do Eu –, você não estará alheio, lendo um livro à sombra de uma árvore, aguardando o coelho lhe conduzir para o mundo fantástico. Não, caro leitor! Você não é aquela Alice… A vida espera, de você, uma realização pessoal. Você não está aqui só de passagem… É preciso assumir o protagonismo de sua história, afinado ao Sentido de sua Vida – que é um contínuo. Mas, sim, quero lhe sugerir um mergulho em outra dimensão. Não a dimensão espiritual pueril, onde tudo acontece como mágica, mas em sua dimensão psíquica, na profundidade do ser, para conhecer a fantástica potência do Espírito que você é.

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