Aline D’Eça

O primeiro passo é sentir-se vivo. Como? Por meio da observação atenta de si mesmo.
Comece pelo mais fácil: a respiração, as batidas do coração, as reações aos estímulos sensoriais.
Siga em direção à escuta ativa e empática dos seus pensamentos e sentimentos. Consegue nomear o que sente? Sem justificativas ou julgamentos, causas ou efeitos, apenas reconheça o que está sentindo no aqui e agora. Em caso de desconforto, acolha-se.
Admitir a nossa vulnerabilidade é compreender a nossa humanidade. É estar vivo! Tentar ser sobre-humano é estar em incompatibilidade com a vida e arcar com as consequências disso.
Reconhecer a sua luz e a sua sombra é um ato de humildade, de reconhecimento do seu próprio “tamanho” . Só assim será possível uma conexão com a realidade. Afinal, como acessar a vida real se se escolhe viver uma ficção? Reconhecer a sua sombra não é necessariamente identificar-se com ela. É assimilar os conteúdos internos para tentar não sucumbir aos impulsos negativos. É a busca da totalidade, meta da individuação.
Por fim, um diálogo, para ser efetivo, pressupõe escutar ativamente o que é dito – e o não dito. O que os fatos da vida estão tentando lhe dizer? E como você tem respondido a eles? Tem utilizado a honestidade com sua alma e a assertividade em suas respostas? É nas experiências da vida que conhecemos um pouco mais a nossa natureza mais profunda. E, para dialogar com a vida, necessitamos, antes de mais nada, escutar a nossa alma.