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Editorial

A linguagem da Vida

      Adenáuer Novaes

A linguagem da Vida é o idioma do amor, caracterizada pela essência singular de cada Espírito e só percebida pela leveza com que se conduz a vida. Na leveza se inclui bondade de coração, a inclusão do outro em seu mundo íntimo e a compreensão de seus atos como inerentes ao humano. Essa linguagem não obedece a cânones religiosos, à lógica causalista humana nem ao saber coletivo de uma sociedade. Para entender aquele idioma, é necessário partir da consciência da própria imortalidade, incluindo também a imponderabilidade e perenidade da matéria, que se encontra em permanente mutabilidade. O entendimento acontece simultâneo ao trabalho de integração de habilidades, e pode contribuir para que o outro também alcance a compreensão da linguagem da Vida.
A Vida sempre nos oferece o que precisamos para a conquista da felicidade, a partir da consciência da imortalidade pessoal. Nem sempre conseguimos entender seus sinais ou seus chamados. A lente com a qual poderemos melhor enxergar e ouvir os recados da Vida será está na assunção da ignorância a respeito do seu funcionamento. Não há uma fórmula padrão nem um manual de procedimentos, pois os que são apresentados têm propostas genéricas, válidas para o coletivo. É tarefa pessoal encontrar a linguagem da Vida, sobretudo quando entendemos os limites interpostos pela cultura vigente na educação do Personagem. Quando o Personagem admitir a exuberância do Espírito e a ele se referenciar, o entendimento poderá ocorrer. A arrogância do saber, a lógica mecanicista, a fé cega e o desejo de poder sobre o outro são os maiores obstáculos a serem vencidos.

Dialogar com a Vida, estando no corpo físico, é dar à vida a devida importância, continuando a vivê-la de forma digna, trabalhando, aprendendo e ensinando aos que virão depois. O diálogo deve humanizar o Espírito e espiritualizar o Personagem, para que ambos se encontrem em boa sintonia dando continuidade à designação pessoal. Trata-se de um viver em harmonia consigo mesmo, com disposição para mudar o mundo para melhor e com alegria de estar em consonância com os Desígnios Divinos de seu estágio de evolução. A Vida está em permanente diálogo com o Espírito, independentemente de seu estágio de evolução, visto que permeia todos os momentos e experiências para alcançar sua singular finalidade. Quando o Espírito alcança o entendimento da linguagem da Vida, percebe que seu olhar se dirige para a sua essência, modificando definitivamente suas predisposições e seus horizontes existenciais. 
O amor é o dínamo da vida, a força motivadora do Espírito e o sentimento que permite a condição de poder entender a linguagem da Vida. Senti-lo sem qualquer exigência de reciprocidade implica alto desprendimento e completude pessoal. Esse estado de espírito é um dos mais valiosos para uma leitura adequada dos sinais da vida, pois, liberta o Espírito das contingências da Consciência do Personagem. Quando a Consciência se encontra em seu modo lógico, operacional e voltada para a vida comum de subsistência, o Eu se volta para os atos racionais. Quando se ama de forma livre, desinteressada e sem as exigências naturais da parentela ou da relação contratual, alcança-se a vibração da Vida, facilitando o entendimento de sua linguagem. O amor é um dos idiomas da Vida. Portanto, ame sempre.

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