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Quando o Caminho é o Caminho

Aline Ribeiro

    Desde que entrei na ULE em 2021 experimento uma jornada que me arruma e me organiza através da abordagem clara dos temas estudados. Ao mesmo tempo me desarruma e, me bagunça com seus temas estudados, pois as provocações chegam em sala de aula, aulões ou seminários. Mas é, sem dúvida, a abordagem sobre “Autodeterminação” que me fascina,  inquieta e me instiga a cada ciclo que aqui estou.

Isso porque o tema traduz o que me fez escolher e ingressar na ULE durante o período pandêmico. Claro que, naquele momento, eu não sabia. Na época, era minha intuição que solicitava um aprofundamento sobre o Espírito, não sobre o Espiritismo – eu já reconhecia a diferença entre essas abordagens. Isso aconteceu quando soube da proposta da ULE. Reconheci a possibilidade de compreender melhor a experiência que me ocorria naquele momento de vida que, para mim, deveria ser através da perspectiva do Espírito.

Não pensem que eu já conhecia Adenáuer e seus livros. Confesso que ainda era um ilustre anônimo. Posso ouvi-lo respondendo a esse meu comentário: “você não sabe o quanto perdeu em não ter conhecido a minha beleza antes”, e com um sorriso maroto concluiria a frase.

Sempre entendi que, na vida do Personagem, era preciso expressar as potencialidades da Alma. Mas como traduzir isso diante dos fracassos e frustrações que chegaram num período que, tecnicamente, havia um vírus responsável? Como olhar para os momentos que fico tão retraída em mim mesma? Como o Eu Espírito e as potencialidades podem ganhar comando na vida do Personagem? Essas perguntas estavam em mim, mas nenhum caminho claro me era apontado. Resolvi estudar. Perguntar. Duvidar. Perguntar de novo. Duvidar. Estudar um pouco mais e mais.  Essa dedicação vinha porque a visão de ser protagonista sempre me conduziu, mas confesso que muitas vezes essa visão fazia eu me sentir mais sozinha e mais culpada por não entregar o que o Personagem reclamava.

Há dois anos, de forma mais contundente, os temas campo pessoal, manejo do destino e autodeterminação se tornaram abordagens, discussões e aprofundamentos dentro da ULE. Nesse momento, eu me senti em casa, senti a minha casa interna acendendo a luz de cada cômodo. 

A luz que acionou as demais foi  aquela que, emocionalmente, me fez compreender que Autodeterminação é uma jornada realizada pelo Eu Espírito e não por um caminho realizado pelo impulso do Personagem. A grande diferença está no fato de que o Personagem não se autodetermina porque sua visão de jornada é limitada, está associada ao tempo cronológico, de passado a futuro. Não se vê como um Eu Contínuo. Se não se vê sendo continuidade do Eu, como pode o Personagem reconhecer as potencialidades do seu campo vibratório, para manejar as manifestações, que Eu Personagem entende como destino?

No dia quinze de junho desse ano, durante o Aulão ULE, perguntei ao palestrante e facilitador Adenáuer: “Como realizar a autodeterminação tendo, no inconsciente, tantos aspectos desconhecidos para o Personagem?” Ele responde: “O inconsciente não existe para o Espírito. Para o Espírito só há consciente e realidade. A Autodeterminação é realizada pelo Espírito. O Personagem pelo Personagem não terá recursos para Autodeterminação. É preciso se ver e pensar como Espírito”.   Nesse momento, entendi que ainda estava presa à visão didática das “três cadeiras”: corpo – perispírito –  Espírito, todos separados. A compreensão precisava ampliar o conceito e abrir espaço para explorar mais.

Então, para explorar o conceito e a visão, e avançar em meu processo, precisei resgatar as perguntas que me trouxeram até aqui. Lembram delas? Lá, de 2021? Reformulei cada uma delas, mesmo mantendo a essência da questão, pois eu já podia olhar para aquele contexto com maior clareza do processo. Hoje, as perguntas ganham esse tom: “Quais inabilidades eu possuo que manifestam as experiências que me chegam? O que a vida está me pedindo? O que Eu Espírito traz, como propósito, que hoje eu preciso contribuir para manifestá-lo?

Confesso que essa reformulação trouxe um sopro para minha Alma, um hálito novo em mim.

Compreendo melhor que a Autodeterminação não é um fim acabado nem um lugar perfeito dentro de idealizações de dogmas. É a minha jornada de amadurecimento que me possibilita o  diálogo próximo e íntimo do meu ego com minha Alma.

O impulso que vem da essência, do Sopro, da Verdade, pode acessar e expressar o meu poder pessoal de viver a realização máxima de mim mesma em cada etapa de minha jornada evolutiva. Toda experiência vivida por mim faz parte de minha jornada de Autodeterminação. Ter consciência de que toda experiência é um chamado para a Autodeterminação trouxe-me o sentimento de que tudo está o melhor possível, de que eu só estava precisando realinhar a direção do meu caminho, ajustar meu gps interno.

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