Paulo Reis
Vivemos a vida, às vezes com gana, com garra, enfrentando superações pessoais. Outras vezes, perguntamo-nos por que estamos passando por aquela fase ruim. Espíritas costumam dizer, erroneamente, que muitos de seus problemas são por estarem obsediados ou porque estão “pagando” por algo que fizeram “de errado” na encarnação passada, ou mesmo nesta vida. Há pessoas que passam facilmente pelas dificuldades que a vida apresenta, e outras que se agarram aos problemas e não conseguem sair das situações mais simples, transformando pequenas tribulações em grandes tormentos.
Qual é a diferença entre essas pessoas? Já se perguntou qual delas é você? Ou você acredita que isso depende de sua fase na vida ou do tipo de situação pela qual está passando? É uma maré de sorte, talvez azar? Influência espiritual, do ambiente, de pessoas encarnadas e desencarnadas à sua volta?
Sim, você pode ter problemas ou estar enfrentando situações graves na vida, independentemente da forma como as encara. Você ou seus amores podem estar passando por verdadeiras questões na vida e cabe a cada pessoa dar o tom para superá-las. Mas o que nos faz respirar fundo, encarar as dificuldades, olhar por outro ângulo e transcender? Qual é o verdadeiro impulsionador da vida?
Sim, é o Espírito, ou seja, você mesmo. Não, não há dúvidas nessa resposta. Viver uma ou várias vidas, que valem a pena ser vividas, só depende de você. Impulsionar a vida é o “Poder do Espírito”.
Há uma batalha acontecendo em minha mente, neste exato momento, enquanto redijo este texto. Há diversas respostas sendo sugeridas em meus pensamentos de forma anímica e por amigos espirituais (talvez não tão amigos assim), dizendo que o impulsionador da vida não pode ser a própria pessoa, o Eu, o Espírito; que quem impulsiona a vida é Deus, é a família; que depende da quantidade de dinheiro que a pessoa tenha, do ambiente em que vive, ou onde nasceu; que o que impulsiona é o desejo ou talvez uma necessidade etc., mas estou confiante em minha resposta. O que me faz ser tão confiante? Os cinco anos que passei estudando e trabalhando na Universidade Livre do Espírito, a ULE.
Ser espírita não se traduz apenas em crer nos cinco pilares do Espiritismo (Deus, imortalidade do Espírito, reencarnação, comunicabilidade dos Espíritos e pluralidade dos mundos habitados), mas em ser um eterno buscador de si mesmo. Autoconhecer-se, autodescobrir-se, autotransformar-se e se autoiluminar são etapas mínimas que um estudante comprometido consigo mesmo encontrará como suporte nos estudos da ULE, desde que realmente queira e busque isso.
“Cogito, ergo sum”. Esta é uma frase de autoria do filósofo René Descartes, costumeiramente traduzida para o português como “penso, logo existo”, embora seja mais correto traduzi-la como “duvido, logo sou”, e essa era a convicção essencial de Descartes: a dúvida.
Essa dúvida sobre as certezas da vida leva o aluno da ULE a alcançar patamares de autoconhecimento que o levarão a essa pulsão da vida, da própria vida. Assista às aulas, mas questione tudo que aprendeu, questione tudo de que se tem certeza, e, inevitavelmente, chegará a esta pergunta vital: “O que impulsiona minha vida?” Chegará, então, ao cerne que o estudo na ULE nos traz: “Não devo atribuir a ninguém ou a coisa alguma os cenários que se apresentam em minha vida. Mesmo que alguém faça algo que afete minha vida, cabe a mim a governança de como vou lidar com cada aspecto dela. Esse é o “Poder do Espírito”.” Empodere-se! Espírito, para onde vai impulsionar sua vida agora?
Excelente texto. Nos leva a muitas reflexões.
Parabéns, Paulo!!
É muito bom olhar para trás e ter a certeza que já somos outro personagem e saber que, apesar do final dos nossos “ciclos”, ainda teremos muitos “ciclos” a conquistar.
Aproveito para agradecer aos amigos que trilharam juntos essa evolução espiritual.
Abraços