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A jornada do herói

Djalma Argollo

O universo é composto de padrões que se repetem em vários níveis do seu existir. Um padrão ao qual está submetido o próprio cosmos é: nascer, desenvolver-se, reproduzir-se e morrer, ou seja, mudar de estado, transformar-se. E este é outro padrão universal: transformação ou mudança. Isto porque, como intuiu Lavoisier: nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Gradativamente vamos descobrindo que realmente existe uma energia (no sentido etimológico do termo: do grego enérgeia: no interior do trabalho) fundamental: o princípio espiritual. A física ensina que, no universo, a energia se conserva sempre a mesma, e toda a matéria é apenas a energia em estado “sólido”. Com base na lei dos padrões, podemos inferir que, a energia fundamental (ou fluido universal, na linguagem mecanicista de O Livro dos Espíritos) deva ser o princípio espiritual que é a “energia” fundamental” da qual tudo deriva, isto é, tudo o que existe seria apenas princípio espiritual modificado. Estou aqui tomando como padrão a lei da conservação da energia, citada na segunda sentença acima. Mas alguém poderá perguntar: O que a reencarnação tem a ver com isso? Naturalmente quem perguntar não percebeu que estou escrevendo sobre reencarnação desde o início. A energia material está sempre reencarnando como uma forma material qualquer e nela viver por tempo determinado, evoluindo no processo, sem mudar estruturalmente. Um simples olhar na Tabela Estequiogenética comprova o que acabo de dizer. O que significa a série dos elementos que vai do hidrogênio ao urânio 92, senão níveis evolutivos da energia, encarnada, em forma material?
Assim, podemos, analogicamente, elucubrar que o princípio espiritual é a “energia” básica que está sempre em perpétua transformação, formando e encarnando em tudo o que existe, desde o momento em que se forma além do tempo e do espaço, até que, assim como a energia material na Escala de Mendeleiev, tende a voltar a ser o que sempre foi, porém agora consciente do que é e do que deseja realizar, no vir a ser universal; e estou aqui me referindo a universal no sentido em que cósmico significa, para mim, todas as estruturas espirituais e materiais, como uma coisa única, que se apresenta em modalidades vibratórias diferenciadas, tendo como princípio fundamental o princípio espiritual em diversos momentos de manifestação.
Então, estou aqui a teorizar não apenas sobre as tendências da entidade espiritual, em cada uma de suas reencarnações no mundo físico, mas sobre a tendência fundamental do princípio espiritual, desde o seu surgir, até que adquira completa consciência do que é e do que deseja realizar no concerto do metaverso.
O princípio espiritual está, portanto, numa jornada do herói, procurando saber o que é, qual o motivo de sua existência, e qual o objetivo dela. Dessa tendência básica, vão derivar todas as tendências subsidiárias, em todas as estruturas que cria e nas quais encarna. Dessa forma, através dos personagens temporários criados durante a construção do seu mito pessoal, vive experiências diversificadas, pelas quais, gradativamente, descobre e realiza aquilo que é sua busca arquetípica fundamental: Qual a razão da minha existência?

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