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A Religião Pessoal promovida pelo amor

Autor: Plinio Bevervanso

A Religião Pessoal é aquela constituída pelo próprio indivíduo, de forma gradativa como fruto de uma insatisfação interna. Uma busca pelo divino de dentro para fora, portanto, não é uma religião coletiva e nem tampouco se opõe às religiões formais que, por sua vez, contribuem de diversas formas com seus paradigmas nas experiencias vivenciadas ao longo da trajetória religiosa de cada um.

As reflexões sobre si mesmo e os embates com o sagrado são movimentos importantes na construção de uma Religião Pessoal, bem como as lacunas deixadas pelo simbolismo da religião de origem e as diversas experiências numinosas vividas anteriormente.

Temos, como seres humanos, uma tendência ao sagrado que impulsiona a compreensão de nós mesmos, através da assimilação de nossos conteúdos inconscientes e do direcionamento de nossa energia para a compreensão da realidade em que vivemos e da razão da nossa existência no mundo.

O amor em sua essência nos coloca no desejo permanente pelo encontro real com o divino e na busca pela autodeterminação, pela fusão da centelha divina ao todo divino, pelo fechamento do ciclo que muitas vezes não nos faz sentido e que particularmente me inquieta a cada dia: por que nos individualizamos em centelha divina se seguimos a existência buscando esta reintegração ao divino de onde viemos?

Sobre esta tendência inconsciente ao sagrado, expressada pela religiosidade, pelo poder do amor como força propulsora do universo despertando em cada um de nós o ímpeto de encontrar e conectar-se novamente ao divino, deve prevalecer uma atitude consciente na busca de uma mente disponível ao novo, flexível e livre para atualizar paradigmas e crenças. Essa busca torna-se inevitável, porque, ao passar do tempo, tais crenças acabam nos limitando a repetir tendências em função das quais deixamos de fazer releituras por estarmos presos ao externo, formal e coletivo.

O impulso que colocamos a cada instante no fluxo da vida enquanto seres individuais é repleto da potência do Espírito Imortal que somos e do amor em essência que geramos como centelhas divinas e passa pelo trajeto racional de toda a estrutura de nossa psiquê até ser externalizado em atitudes em nosso dia a dia.

Ao atuarmos na realidade, criando e transformando a tudo e a todos, não é suficiente a racionalização das experiências da vida, é preciso vivenciarmos o amor em sua essência para alcançarmos a percepção verdadeira do divino, sentindo de dentro para fora esta conexão e expressando-se no fluxo da vida como parte pertencente ao divino, afinal, sendo parte do divino, talvez sejamos o próprio divino que incansavelmente procuramos!

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