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Opinião

Imagem e semelhança de Deus

Autor: Djalma Argollo

Filosofando sobre Deus, podemos formular uma imagem metafísica que proporcione compreensão teórica sobre a existência do espírito e sua diversidade existencial.

A criação seria uma forma do Criador poder se ver a si mesmo de diferentes formas e maneiras, tomando consciência de si mesmo. Afinal, somente podemos nos perceber a partir da alteridade, ou seja, desde que exista um outro no qual possamos nos ver refletidos.

Ora, um ser, digamos assim, existindo fora do tempo e espaço viveria uma imensa solidão atemporal e a espacial e uma transcendente auto incompreensão. Ao criar o princípio espiritual, uma singular imagem de si mesmo, com um impulso primordial de criar meios e modos de se tornar consciente e poder interagir conscientemente com ele, Deus igualmente ampliaria sua autopercepção de infinitas maneiras.

Ao nos descobrir como essa singularidade primordial, imagem e semelhança do Criador, nos tornamos colaboradores autônomos em todo o conjunto da Criação. Desenvolvendo a consciência de nós mesmos, entramos na fase evolutiva de descobrir e atualizar conscientemente potencialidades que estão ínsitas em nós, como herança genética, pelo processo de nossa criação.

Deixando, portanto, o período do império das circunstâncias que nos forçaram a atualizar os potenciais necessários à autodescoberta, nos tornarmos os artífices do processo, assumindo a autonomia que nos permite ser o que, e como, quisermos no contexto da criação. E, quem sabe, nesse processo, o Criador também descubra algo mais sobre Si mesmo. Afinal, a individualidade permite ao espírito criar condições, através de escolhas próprias e singulares, criando uma comunidade espiritual de seres com uma variedade infinita de recursos e maneiras de ser, agir e criar.

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