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Obsessão: ansiedade e agressividade

Autor: Fernando Santos

Sobreviver é preciso, instinto básico que tem possibilitado o nosso processo evolutivo, sempre nos impulsionando a autossuperação, afinal, somos, enquanto Espírito, uma abertura do ser para a plenitude, uma possibilidade ainda não cumprida, e assim somos incitados a buscar o desconhecido, mas frente a ele temos que superar o medo, e assim abrir-se para o novo. As obsessões são temidas como um castigo, uma penitência, quando, em verdade, deveriam ser reconhecidas como faróis a iluminar a trajetória do ser, lhe fazendo atentar para seus equívocos e elementos sombrios e, assim, superar a si mesmo na escalada de cada dia, onde nem o céu será o limite, afinal somos Espíritos imortais.

A agressividade é transcrita como um mal a ser suplantado, “gancho” para instauração de processos obsessivos, mas, em verdade, sem a agressividade teríamos perecido frente a outros animais. Para o personagem, sua vida é única e não se repetirá jamais. Vendo o outro como um permanente adversário, em vez de agir, é impulsionado automaticamente a reagir, passível a influências de outros Espíritos, comportando-se como fruto do meio, e não elemento determinante de sua transformação. A agressividade do personagem deve ser impulsionada a transcender limites, a retirar a pessoa da zona de acomodação do mesmismo, da submissão e da quiescência à modelagem social, nos permitindo despertar para quem somos, seres singulares, únicos, para além das aspirações alheias. Não é saudável reprimir a agressividade, mas sim habilitar-se a direcioná-la enquanto elemento de perseverança e autodeterminação.

Na vigência da experiência mediúnica, o sou eu ou é o outro clama pela estruturação de uma autoidentidade que perpassa pela elaboração de limites e diretrizes pessoais, sabendo da influência pelos Espíritos que convivem conosco. Aprender a viver bem em grupos de uma forma estruturante para o ego traz em si a necessidade de aprimoramento do senso crítico, assim como da experiência de autoconhecimento para estabelecer limites a não se deixar tornar-se uma marionete de encarnados e/ou desencarnados. Mas, conjuntamente a tudo isso, é necessário superar a ansiedade proveniente do risco de não corresponder às expectativas, sejam próprias ou de terceiros, no tocante à superação dos obstáculos, trazendo o temor quanto às influências possíveis sobre si, e à revelação de suas fragilidades que, se não trabalhadas, podem aumentar mais ainda a ansiedade.

Lidar com os revezes do viver nos evoca a necessidade de sabedoria e, neste sentido, perceber-se enquanto Espírito imortal, que já viveu diversas encarnações e, portanto, traz consigo a tendência a um olhar mais abrangente e ético sobre o viver. Esta perspectiva do “olhar espiritual” deve ser colocada à disposição para o auxílio ao personagem, possibilitando-lhe lidar com os desafios, percebendo estes como degraus da escalada evolutiva “do Ser”, e não punição ou castigo, ou seja, receba o que a vida lhe dá e transforme em algo útil para você e para a sociedade em que vive. E, notando dificuldade em estruturar-se enquanto pessoa, o suporte psicoterapêutico é essencial, devendo ser aceito como auxílio, tanto quanto o suporte medicamentoso e espiritual.

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