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Dicas da Revista

A Consciência e a Imortalidade Pessoal

Autor: Carlos Doria

O que é a Vida? Do ponto de vista acadêmico, essa pergunta, aparentemente tão simples, ainda não possui uma resposta satisfatória. Para tentar respondê-la adequadamente, faz-se necessário ampliar o campo de observação para além da dimensão material e, assim, em contraponto ao intervalo biológico compreendido por nascimento e morte, incluir o Espírito Imortal e suas potencialidades. A Vida é o roteiro do Espírito, onde nascer e morrer em múltiplos personagens marca um ritmo, representando oportunidades de aprendizado, degraus do processo de Evolução, propósito da sua existência.

E o que é a Morte? O mero fim de uma existência? Um ceifador que vem interromper de forma definitiva os projetos e a convivência dos que se gostam? Claro que não. A Morte é um portal que leva a novas dimensões, uma ponte para que o Espírito, acrescido dos aprendizados adquiridos, transcenda em direção a uma nova etapa de oportunidades. Principiando em condições de simplicidade e ignorância, lutando diariamente para controlar seus instintos, tentando dominar as forças da natureza, o indivíduo vai progressivamente integrando habilidades que o capacitam para experiências subsequentes que só podem ocorrer através do processo reencarnatório.

Mas então, por que tememos morrer? Provavelmente porque o personagem vive prisioneiro do tempo do corpo e isso se deve, em grande parte, às ideias propagadas pelas religiões formais de que, após a morte, existirá um rigoroso julgamento do qual poucos escaparão. Conceitos como culpa, pecado, bem versus mal, dentre tantos, estão profundamente arraigados na consciência da maioria das pessoas. Grande número de indivíduos acredita que a existência é formada de duas etapas dissociadas, sendo a primeira material, onde geramos créditos ou débitos de acordo com nosso comportamento para na segunda, espiritual, sermos recompensados ou punidos. Contribuem ainda, para este temor, a época e a cultura em que o indivíduo viveu e em que foi educado. Claro exemplo é o momento atual pelo qual passa a humanidade, quando um vírus desencadeou uma pandemia de graves dimensões devida a fatores biológicos, ambientais e sociais, mas que é vista como um “castigo divino” decorrente do mau comportamento das pessoas, da liberalidade dos costumes e do desequilíbrio moral.

É inadiável ao ser humano assumir-se Espírito Imortal!

Integrar a consciência da imortalidade nos liberta do peso de sentirmo-nos pecadores e insignificantes. Devemos nos enxergar conectados ao Divino e capazes de trabalhar em nossas predisposições para alterar positivamente nossas tendências. A conduta do Espírito é pautada pela sua própria imortalidade, mas deve direcionar sua responsabilidade para além do campo pessoal, pois as consequências de seus atos, extrapolando limites de tempo e lugar, não atingem apenas sua própria evolução, mas reverberam nas de outros.

Assim, a consciência daquele que compreende a imortalidade do Espírito deve ser capaz de contemplar sua própria existência como um processo contínuo, entender que a reencarnação é ferramenta para exercício em diferentes dimensões que se completam, visando a integração de habilidades, para levar a criatura a círculos cada vez mais próximos ao Criador.

Deus, infinito em todos os seus atributos, não nos criou para a finitude.

2 comentários on “A Consciência e a Imortalidade Pessoal

  1. Excelente texto ! Nos faz refletir sobre vida e morte tendo o desfile de personagens o enredo edificante nesta trajetória! Gostei da morte como PORTAL
    parabéns

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