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Resenha do Livro “Estigmas Segundo a Psicologia do Espírito”

Autor: Carlos Doria

O estigma é uma marca não necessariamente física, uma circunstância ou situação que afeta a vida e o destino de uma pessoa. Se, na Psicologia tradicional, os estigmas são analisados sob a ótica do preconceito e do estereótipo, a Psicologia do Espírito demonstra que a mente não está no corpo e que este funciona como uma interface de acesso do espiritual sobre o físico, onde os estigmas são pistas sobre os conteúdos inconscientes do indivíduo, facilitando o trabalho terapêutico.

No livro Estigmas Segundo a Psicologia do Espírito, Adenáuer Novaes avança sobre um território classicamente dominado pelo Materialismo, acrescentando uma visão humanística que inclui o Espírito e suas inúmeras encarnações como o centro da individualidade e parte da essência divina. O autor traça relevante roteiro de estudo para todos aqueles interessados em desvencilhar o processo evolutivo do Espírito das noções equivocadas de crescimento através de dor e sofrimento, trazendo, além disso, um convite para enxergar o estigma como “um grande elemento aglutinador de energia psíquica (…) para a adaptação à vida cotidiana”.

Resumir essa obra em poucas palavras não é tarefa fácil, dada a sua profundidade, mas cumpre-nos destacar o esmero do autor em explicar de forma didática conceitos como Ego, Complexo, Energia, Fluido Vital, dentre tantos. O livro também apresenta a classificação dos estigmas segundo sua visibilidade, seu grau de consciência, se são pessoais ou coletivos, mostrando inclusive que, apesar da maioria dos estigmas ser limitadora, existem os impulsionadores que podem ajudar “a depender do grau de maturidade do indivíduo e das experiências que venha a ter.”

Novaes de forma competente expande a importância da visão Junguiana do estigma como “uma seta de mão dupla apontando para o passado e o futuro” (sic) ao associá-la à visão Espírita de estigma como “uma configuração que insere o Espírito num contexto particular no qual a vida acontece (…) no acúmulo das personas construídas em sua jornada”. Além de tudo o que foi dito, o autor ainda provoca o leitor a desenvolver o conceito de Designação Pessoal como “descoberta da razão da própria existência, o motivo pelo qual se está no mundo, o que se é, o que se precisa aprender e o que fazer pela própria evolução”.

O final desse livro não poderia ser menos brilhante, pois, nele, Adenáuer Novaes conclui com uma carta de agradecimento ao estigma e a todos os aprendizados que aquela marca lhe proporcionou “para que eu não esquecesse de cuidar do que não quis aceitar interiormente(…), que eu era único, especial e capaz de me realizar. (…) Obrigado. Para sempre, obrigado” (sic).

Assim, não restam dúvidas de que esse é um livro obrigatório para os adeptos e os simpatizantes da Doutrina Espírita que desejam melhor entendê-la sob a ótica da Psicologia, mas também aos terapeutas que pretendem expandir seus horizontes profissionais para além do cérebro como morada da mente. Recomendada para os alunos da ULE, principalmente do Ciclo VIII, essa obra traz uma leitura atualizada sobre o processo evolutivo do Espírito, especialmente, no tocante à psicologia e ao século XXI.

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