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Lição não aprendida fatalmente será repetida

Autora: Lidianne Cerqueira

Quarta-feira, 15 de abril de 2015. Mais uma audiência, mais um dia perdido. Que injustiça! Outra denúncia falsa e cá estou: ré! Tendo que responder a um suposto “crime” que não cometi. As “acusações”, todas injustas, prosseguem. Cinquenta e cinco no total. Mais uma, duas, infinitas audiências. Ao final, “arquive-se por improcedente”. Tristeza. Mágoa. Revolta. Dor. Vergonha. Um desgaste enorme! Sensação de estar sempre sufocada e afogada em meio a um tsunami de emoções.

Um dia, comecei a me lembrar… Foram muitas meditações, muitos sonhos e recordações espontâneas. Me vi um mineiro, um tipo bruto e rude, de posse de um diamante! Lavava-o num riacho. O golpe veio, caí. Mais golpes, afundei. Fim. Revolta! Raiva! Passa para outro filme. Agora dona de casa. Meu marido me acusa injustamente de infidelidade… Brigamos, fujo no meio da discussão para não sucumbir à sua força. Era noite, por entre campos e charcos, meus pés de repente, afundam. Começo a me debater. Me afogo. Fim. Mágoa! Dor! Revolta!

Nova experiência. Agora, sim! Sou o Rei! Forte! Guerreiro! Sou o chefe de um clã celta. Nada poderia me deter! Em menos de um mês no comando, ocorre uma batalha campal. Um a um, venço os meus combatentes. Impiedoso, feroz! Num segundo de distração, sinto uma lança perfurar minha garganta, pela nuca. Tento falar e não consigo. O sangue me sufoca. Meu irmão mais novo me socorre e sinto vergonha por me deixar abater…  Fim. Que injusto! Logo quando sou nomeado chefe do clã, pereço da pior forma: desprevenido e com a guarda baixa….

Num outro flash, bebo com dois amigos num bar. Que farra! De repente, já não me lembro o que ocorreu. Aparecemos todos presos acusados de matar uma pessoa! Medo, muito medo! Pavor! Será?  Meu pai, pessoa influente, consegue me tirar da cadeia, só que não livra os meus amigos… Eles são julgados e condenados por um crime que talvez nem tenham cometido. Lembro, depois, que na verdade éramos todos inocentes. Que injustiça! Pior, agora sinto culpa também!

2020! Começo a recordar fatos da existência atual. Episódios onde esse tsunami de emoções estavam presentes, em sua intensidade máxima: as “acusações” infundadas reiteradas, a negativa de vaga na escolinha  em razão da deficiência de meu filho, perseguições no ambiente de trabalho, uma “brincadeira” sem graça feita por um colega, na qual o sentimento de revolta e de ser acusada injustamente estavam presentes novamente. Sempre eles! “Tenho que reagir! Não posso dar bobeira! Preciso estar atenta e atacar para me defender. Preciso sair da berlinda.” Eram os pensamentos que me tomavam nesses momentos. Luta e fuga!

O que esses eventos têm em comum? Hoje, vendo em perspetiva e contrapondo com os aprendizados da ULE, percebo que eram experiências repetidas a exaustão. Reflito que tive inúmeras oportunidades de fazer diferente e não fiz. Um dia, desesperada por receber nova intimação injusta, contava ao psicólogo a avalanche de situações e turbações. Ele, direto e seco me diz:

– Fique serena. Observe suas tendências e saia do litígio. O problema é você. São tendências…

Na época não entendi. Me revoltei até (olha a tendência aí de novo, gente!). “Que loucura!” – pensei.  “O problema sou eu????”… E era!

A reencarnação é um processo educativo. Estamos aqui para aprender e esse aprendizado perpassa pela mudança de nossas tendências. Não tem caminho fácil. Não tem caminho rápido. Não adianta espernear, nem culpar terceiros ou achar que é “carma”. São ensinamentos individuais e intransferíveis. O caminho é se educar, pois lição não aprendida fatalmente será repetida. #ficaAdica

Um comentário em “Lição não aprendida fatalmente será repetida

  1. Perfeito…!!
    O processo pode ser lento, mas n podemos postergar.
    Este tema (tendências) é como uma pequena luz nos convidado para o desperta.
    Gratidão, Estrelinha.

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