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Ciência e Espiritualidade

O Espírito diante das neurociências

Autor: Robyson Uzêda

Buscando embasamento científico para escrever este texto, deparei-me com a pesquisa de Dr. Jorge Moll Neto, neurocientista brasileiro, materialista, presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. Este autor fez uma interessante pesquisa sobre os efeitos provocados no cérebro humano pela ação da caridade. Usou para tanto a ressonância magnética funcional para mapear o cérebro dos voluntários. De forma bem resumida a conclusão que ele chegou é que a verdadeira caridade é a que tem envolvimento afetivo, quando há compaixão.

Esse desfecho fora obtido após a análise de voluntários, aqueles que faziam a caridade com tal envolvimento, tinham a parte mais anterior do lobo pré-frontal ou córtex frontopolar estimulado. Mas o que isto tem haver com o espiritismo?

Vamos aos fatos. O também neurocientista Dr. João Ascenso, então aluno de Moll, percebeu semelhança dos achados com a descrição numa obra psicografada por Chico Xavier. Voltemos a André Luis, livro No Mundo Maior (1947). Havia um homem internado, assaz doente e vinculado a ele um espírito desencarnado. Calderaro, o instrutor, pede a André Luis que examine o cérebro de ambos, encarnado e desencarnado. Percebera o aprendiz que havia maior luminosidade na área do córtex pré-frontal e menos nas áreas do córtex motor e muito pouco na medula espinhal, mais especificamente na chamada área dos gânglios basais. Calderaro explica, então, a teoria da evolução “moral” relacionada ao cérebro. Expõe ele, que a parte menos iluminada está relacionada ao armazenamento dos instintos, do automatismo, das emoções reflexas, vivenciados em todo o nosso passado; o córtex motor, onde tinha um pouco mais de luminosidade, dizia, é o responsável pela ação motora, pelas ações que executamos no presente e, por fim, ele elucida que o lobo frontal, que é a região mais luminosa, não só no cérebro do encarnado, como no do desencarnado, é a mais sublime e mais evoluída do cérebro e afirma: “Nos planos dos lobos frontais, silenciosos ainda para a investigação científica do mundo, jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução” (XAVIER, 2006, p. 40).

Concluindo a sua explanação, o instrutor atesta que há no nosso cérebro, o passado, o presente e o futuro, e a evolução se dá ao transformarmos aquilo que experienciamos no passado e que foram arquivados como condicionamentos reflexos negativos em positivos, ou seja, modificando as respostas autômatas inferiores. Contudo, para que isto ocorra, mister se faz equilibrar as ações no presente, pondo em prática atitudes que promovam transformação utilizando das representações psíquicas de valores, conhecimentos, para que nos oriente nas ações que promoverão a mudança, portanto o futuro.

Fica claro que a pesquisa demonstra o que André Luis escreveu em 1947, que as representações psíquicas de valores estão concentradas no lobo pré-frontal do cérebro, área considerada nobre por seu instrutor. Nos utilizamos delas para nortear as nossas atitudes que promoverão a mudança dos automatismos negativos. Por conseguinte, a evolução se faz no presente.

Acredito que os Espíritos do século 21 já percebem melhor esta necessidade de equilibrar as reações condicionadas, as ações no presente e a utilização do conhecimento, dos valores espiritualistas, pois há maior preocupação com o bem estar do outro, com a ecologia. Estão questionando a fé como crença absoluta, menos presos a dogmas e mais adeptos da religiosidade que envolva crescimento espiritual. Estão agindo utilizando das representações psíquicas de valores, do conhecimento que estão adquirindo, para promoverem a autotransformação. Como dito por Adenáuer Novaes no livro Voo do Espírito “[…] quem está reencarnando agora, ao menos está compreendendo que, se não conseguem controlar todas as variáveis que interferem no destino, estão podendo, mediante a conquista de algumas habilidades novas, administrar melhor o próprio futuro.” (NOVAES, 2018, p. 241).

Outras pesquisas assinadas por cientistas e pesquisadores do cérebro e da mente humana, concluídas ou em andamento, poderiam ser citadas. Deixarei aguçada a curiosidade do leitor.

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