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Humanidade e divindade em Jesus

Autora: Izolda Vieira

O homem Jesus nos indica, através de suas mensagens e ações, um caminho de autotransformação. Podemos vê-lo como um Mestre que aponta com muita determinação as habilidades evolutivas necessárias ao Espírito, no sentido de ampliar sua consciência para a construção do seu próprio “reino dos céus”. Porque o que seria o “reino dos céus” senão vivenciar a consciência da imortalidade do Espírito? E esse entendimento nos leva a compreender o significado da existência como um processo gradual de integração de experiências alquímicas que nos possibilitam evoluir. A passagem pelo reino da terra é tão somente um impulso natural do Espírito na sua necessidade de evolução. E Jesus patenteou com sua vinda à Terra exatamente isso, nos mostrou com sua passagem que a vida emerge do mundo espiritual, transformou a imortalidade em uma bandeira de amor, de empatia, de coragem e de autodeterminação.

Quando Jesus nos exorta a sermos a “a luz do mundo” ou o “sal da terra”, o desafio está lançado. Somos responsáveis pelo lugar que ocupamos na Criação. Somos divinos. E devemos repudiar toda e qualquer tentativa que não enalteça a nossa divindade. Somos únicos e singulares e temos cada um, a seu modo, a seu jeito, um papel a desempenhar na jornada da evolução. No dizer do Mestre, é assumir-se o que se é de fato, porque o Espírito é naturalmente luz e sal: o sopro divino que traz a energia da vida, o elemento que dá sentido, “sabor”, ao todo que nos cerca.

Ser a luz do mundo significa sair da sombra, clarear a si mesmo e, como um espelho, refletir o brilho para o outro. Quando conseguimos identificar o brilho do outro, nos irmanamos, porque criamos uma teia luminosamente magnética que atingirá outros, despertando-os na condução da sua própria luz. Adquirimos, assim, a consciência de uma realidade que estava oculta. No campo da consciência, fazemos valer o que temos de melhor, disseminando atitudes que influenciam, contagiando o nosso entorno. Embora a humildade tenha sido um exemplo dele, isso não o levou a esconder a sua luz. As qualidades do Arquétipo humano devem ser ressaltadas como exemplos, exatamente como ele fez.

Ser o sal da terra nos remete ao “sabor”, ao prazer de viver, de existir. Reencarnamos para sentir em toda sua plenitude o borbulhar da vida. E isto, embora possa ter sentidos diferentes para cada um, mais temperado, menos insosso, é o que nos assegura o nosso lugar na obra de Deus. Mesmo que sintamos, algumas vezes, que está “salgado”, basta lembrar que as moléculas do sal são completamente dissolventes. Os cozinheiros conhecem inúmeras maneiras de dessalgar. Façamos o mesmo. Para tanto, assumamos a condução do nosso destino, não só dissolvendo culpas, complexos, mágoas, ódios, mas também sendo um agente de transformação.

O convite que Jesus nos faz é de libertação. E por isso suas palavras atravessaram séculos, impulsionando o ser humano na busca da sua transcendência, ativando a conexão com o divino que habita em nós. E dentro dessa conexão vibramos com a certeza que somos participantes do projeto de Deus. Não caminhamos mais sozinhos, estamos lado a lado inseridos em uma permanente oração com o Criador da vida. Então só nos resta desfrutar da felicidade proporcionada por este casamento celestial.

Aprendemos tudo isso quando nos debruçamos a estudar o Evangelho, a interpretar suas parábolas; ou mesmo, quando na nossa imaginação voamos ao Século I e nos tornamos discípulos, convivendo com o Mestre, sentindo sua nobreza de caráter, sua integridade, sua autodeterminação em ser e estar conosco. Jesus objetivou, na sua estadia terrena, exaltar qualitativamente o ser humano, possibilitando a descoberta do nosso potencial, enquanto Espíritos que transformam o mundo através do seu próprio processo de autotransformação.

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