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Conceitos Básicos para autoconsciência da imortalidade: Conhecendo o Espiritismo

Autor: Laiza Oliveira

Aquele que semeia, saiu a semear. Essa frase dá início a uma das parábolas de Jesus quando falava para as multidões. Ela sempre me vem à mente quando diante de um conhecimento e seu papel transformador, bem como diante do nosso poder de autotransformação. A caminhada rumo ao conhecimento do Espiritismo é uma trajetória contínua e perpassa por diferentes fases.  Em todas elas a Parábola da Semente encontra seu lugar e um significado.

O que a princípio parece apenas novas teorias pode chegar como uma quebra de paradigmas, ou não, pode soar apenas como reencontro, uma continuidade. Tudo pode parecer tão familiar como estar em casa, no aconchego do lar. É importante compreender cada conceito e cada definição. Aos poucos, o que parece solto vai se revelando como algo interligado, obedecendo a uma sequência pedagógica estabelecida desde a codificação por Kardec, não apenas para atender à lógica do racional, mas para promover o concatenar de novas ideias e descobertas. O conhecimento aparece como uma semente sequiosa por brotar e que vem trazendo o algo mais da vida, que antes era só um anseio por encontrar.  Porque já não é mais possível enxergar o sentido na rotina de outrora, pois o que é básico na vida, se revela em algo além do material.  Somos como um solo fértil! 

O caminho se abre logo em frente e uma sensação de alegria nos acompanha ao percorrê-lo, embora muitas vezes seja solitário.  Juntando todas essas teorias, é hora de uma busca do “para quê”?  De que nos serve mesmo tudo isso? Mesmo que ainda na superfície, ainda que tudo pareça apenas uma crença, é chegada a hora do compartilhar e de ajudar a espalhar estas sementes. Enquanto espalhamos, percebemos claramente o poder de alcance desse conhecimento e dos muitos solos ainda por plantar. E quando pensamos estar ali para ajudar, nos descobrimos muito mais num processo de aprender. As teorias vão tomando cada vez mais significado e, aos poucos, ao serem integradas, vão dando mais sentido à vida, seja nos momentos felizes, seja naqueles de dificuldade. Já se pode perceber a realidade com o olhar do Espírito que vai se sobrepondo à matéria. Aprende-se a utilizar o verbo numa nova conjugação e depois de tantos “eu sou”, passamos a compreender a nossa essência e, desde então, a nos entender como semente.

Mas tem sempre um algo mais por vir. O aprendizado se revela de forma processual e contínuo, trazendo junto aquela sensação de que a vida vai nos colocando à prova, como que testando nossas próprias convicções. Percorrendo aqui e ali, hora nos damos por vencidos, hora nos pegamos surpreendidos pela maturidade diante uma situação que se repete e diante da qual já se consegue ter sobre ela um novo olhar: o que é material se perde, mas o Espírito nunca perde nada. Tem sempre algo em construção, mesmo quando estamos num pedágio à espera de abertura de um novo caminho. Porque o corpo muitas vezes pede para pousar, mas o Espírito não se cansa. Perder e ganhar, acertar e errar, se erguer ou cair serão sempre relativos e vai depender da forma e do enfoque do olhar. Porque a mudança não aconteceu lá fora, mas bem lá dentro. É chegado então o tempo de se tornar o próprio semeador.

Os princípios básicos do Espiritismo vão além da explicação de Deus e Suas leis, do Espírito e seu processo de evolução, das muitas vidas pela reencarnação, dos laços espirituais na formação da família ou da sociedade.  Se para você eles ainda estão permeados no campo da crença, não desista deste caminhar. A vida vai proporcionar a oportunidade e a experiência necessária até que você possa sentir cada um deles te conduzindo para uma tomada de consciência de ser Espírito, da sua autodeterminação diante da imortalidade.

Eu não faço ideia de quantos saltos marcaram ou ainda marcarão o nosso processo de evolução. Desde a criação do princípio espiritual, alguns deles se revelam pela transformação do ser espiritual e do meio ao seu redor. A criação do Espírito marca a integração da consciência de si e da razão. Milhões de anos depois um salto cognitivo muda o modo de pensar da espécie humana, que a partir de então deixa de ser apenas mais uma entre as muitas espécies e passa a sobressair-se na terra transformando-a a seu modo e permitindo sua expansão pelo continente.

O fato é que a matéria e o Espírito seguem juntos se modificando e transformando, promovendo o aprendizado necessário. Certamente teremos outro salto quando o espiritual se sobressair ao materialismo, decorrente do despertar da consciência de ser um Espírito, com papel ativo na construção da própria realidade, tendo em vista a imortalidade.  Neste momento, aqueles princípios básicos que chegaram como uma nova crença e nos impulsionaram até aqui, estarão integrados de forma a nos fazer refletir numa realidade melhor para si mesmo, promovendo o crescimento pessoal e coletivo.

Desde quando criado, o princípio espiritual carrega em si a forma arquetípica do que se destina a ser. Segue seu caminho, vivenciando várias experiências e fases, sem estagnar, rumo à luz da sua liberdade. Mas apenas quando se perceber Espírito poderá criar seu próprio destino e viver com vistas à imortalidade, como que completando a analogia da parábola, na figura do semeador que toma a vida como caminho e encontra a felicidade na simplicidade do semear.

Para conhecer mais, leia o livro: Conhecendo o Espiritismo (de Adenáuer Novaes).

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