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A Imortalidade Pessoal

Autor: Adenáuer Novaes

Ser imortal é condição inerente a todo ser humano, visto que a existência de uma inteligência decreta sua perenidade. A imortalidade não é uma conquista do Espírito, mas sua condição essencial, precípua e inalienável. Portanto, não é uma crença, não depende de religião nem do querer pessoal. É posto a todos, tendo como consequência a obrigação de viver. Não existe o não viver. Enganam-se aqueles que pensam em se matar, como solução para seus conflitos, pois, quando realizam o ato, deparam-se com a continuidade deles, de sua consciência e das consequências pelo que a si mesmos impuseram.

Ser imortal implica assumir a personalidade como consequência das escolhas que faz, compreender que as habilidades que integrou a si mesmo são fruto de seus investimentos em se aprimorar e de que seu destino lhe pertence. A consciência de sua imortalidade lhe confere o poder de reorientar sua vida segundo princípios que não consideram a morte como um fim, além de outros que contemplam uma ética existencial pautada na solidariedade, na compaixão e no amor.

Ser imortal é se perceber com autonomia para modelar o Universo a seu favor, assumindo-se como legítimo herdeiro do Criador. A imortalidade também confere ao Espírito a condição de se sentir proprietário de si mesmo, de se colocar como razão da existência de tudo que existe e de obrigar-se a encontrar um sentido e significado para o viver.

Quando a imortalidade é tornada tema religioso, a mitificação entra em campo em face da concepção que se tem do Criador e da consideração de que se trata de uma dádiva a ser retribuída com sacrifícios e sofrimentos. A mitificação religiosa inclui um mosaico imenso de obrigações e de rituais que escravizam a mente humana. Mesmo considerando que a religião tem um papel psicológico importante, é preciso compreender seus limites.

Apropriar-se da própria imortalidade, portanto, tomar consciência, é condição evolutiva que indica progresso e atualização existencial. Implica maturidade, com ganho significativo nas interações sociais, tornando-as ricas e proveitosas. Quando o ser humano se apropria de sua imortalidade e passa a agir de acordo com esta condição, torna-se apto a encontrar sua Designação Pessoal.

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